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São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
Professor, (psico)pedagogo, coordenador pedagógico escolar e Especialista em Educação.
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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

domingo, 17 de março de 2013

Meio Ambiente

“Muitos de nós vivemos em cidades distantes da natureza e, para a maioria dessa parte de pessoas, a água simplesmente vem da torneira, os alimentos estão dispostos nos supermercados, o lixo é colocado fora de casa e levado pelo lixeiro. Raramente somos estimulados a pensar na origem e no destino de tudo ao nosso redor, questionando as facilidades da vida nas cidades. Um sério problema que enfrentamos, por exemplo, é o destino do lixo. É preciso que tenhamos em mente que rios devem ser preservados para haver água e que solos e mares devem ser respeitados para que haja alimentos. “A terra é nossa mãe. Tudo o que acontecer à terra acontecerá aos filhos da terra. Se os homens cospem no solo, estão cuspindo em si mesmos. Isto sabemos: a terra não pertence ao homem; o homem pertence à terra. Todas as coisas estão ligadas como o sangue que une uma família. Há uma ligação em tudo. O que ocorrer com a terra recairá sobre os filhos da terra. O homem não tramou o tecido da vida; ele é simplesmente um de seus fios. Tudo o que fizer ao tecido, fará a si mesmo”. “Contaminem suas camas, e uma noite serão sufocados pelos próprios dejetos”".

O ser humano precisa vê a natureza mais como fim em si mesmo e menos como meio para a realização de determinados caprichos, interesses e objetivos. 

Você acredita em destino?

Eu não acredito! Acho uma perca de tempo ficar consultando astrólogos, cartomantes, adivinhos, ciganos, médiuns e profetas. Lamento Chico Xavier. Não sou fã das previsões dos signos do zodíaco. Nem mesmo o Apocalipse e suas profecias ditas “sagradas”. E por que não? Eis o motivo: não gosto da ideia de não ter o controle sobre a minha própria vida. Sem essa de que o meu destino a Deus pertence. Todas as pessoas são responsáveis pelo que fazem e também pelo que deixam de fazer... Sou responsável pelo que quero. Deus é meu parceiro!


Eu e meu tigre siberiano Dyêgo, no meu apê. 

domingo, 10 de março de 2013

Produção de texto 05: PROCEDIMENTOS DE LEITURA II: como ler nas entrelinhas.


“Eu gosto de catar o mínimo e o escondido. Onde ninguém mete o nariz, aí entra o meu, com a curiosidade estreita e aguda que descobre o encoberto”. (Machado de Assis).

1º Passo: A “arte” de ler o que não foi escrito.
- nem sempre os textos trazem explícitos todos os elementos que participam da construção do seu sentido;
- ao ler, portanto, estamos freqüentemente complementando as informações fornecidas pelos textos com outras informações de que dispomos, ou que inferimos a partir do que foi dito pelo autor do texto.
- a explicitação de um implícito é uma condição necessária para se compreender o efeito pretendido pelo autor do texto.
- logo, algo não dito participa da construção do seu sentido final.
2º Passo: A realização de inferências.
- o que precisa ser recuperado para compreender o sentido do texto pode ser concluído a partir de pistas fornecidas no próprio texto.
- uma vez obtidas as pistas, deve-se confrontá-las com aspectos conhecidos da realidade para fazer uma inferência, ou seja, um tipo de raciocínio que conclui alguma coisa a partir de outra já conhecida.
- observar o uso de um raciocínio inferencial em diferentes situações de leitura.
- o raciocínio inferencial se soma a outros procedimentos necessários para a compreensão do sentido dos textos.
3º Passo: A identificação de pressupostos.
- faz-se uma pergunta e tenta-se inferir o que levou a tal fato.
- ou seja, existe antecipadamente algo de ideológico ali que conduz a um determinado tipo de fato, atitude ou comportamento.
- daí inferir que tipo de juízo ou momento anterior precedeu o acontecimento antes de se chegar à expressão da opinião.
- eis o que é algo pressuposto, ou seja, uma idéia, uma circunstância, um juízo ou um fato tomado como antecedente necessário de algo que foi dito.
4º Passo: A explicitação de implícitos.
- nem sempre a leitura das entrelinhas depende apenas de algo que foi pressuposto;
- a leitura das entrelinhas pode depender também de uma informação conhecida do leitor e que está subentendida, sugerida pelo texto.
- é preciso preencher lacunas para compreender o sentido do texto. Ou seja, para compreender, muitas vezes temos de reconstruir o sentido do texto preenchendo algumas lacunas que ficaram sugeridas.
- um implícito é algo que fica subentendido, que é sugerido pelo contexto estabelecido no texto e que depende, para ser explicitado, da capacidade do leitor de resgatar informações evocadas pelo contexto e confrontá-las com os dados obtidos no próprio texto.
- o leitor precisa compreender o sentido “que está por trás” de...
- implícitos: eles sempre estão associados a uma informação anterior, pressuposta.
5º Passo: O estabelecimento de relações intertextuais.
- cuidado! Algumas vezes nos deparamos com um texto ou imagem que nos provoca a sensação de estar diante de algo conhecido;
- precisamos analisar o texto e as imagens que compõem a tira.
- saber que são os personagens, suas teses, seus contextos históricos, seus problemas... nos ajuda a retomar o texto e seu sentido. Ou seja, reinterpretar a partir das relações existentes entre o pensamento de cada um e o que ali se diz.
- a fala final ali posta ganhará sentido no contexto das relações estabelecidas entre os vários “textos” evocados. É uma série de relações intertextuais.
- a intertextualidade é a relação que se estabelece entre diferentes textos quando um deles faz referência (direta ou indireta) a outro. Trata-se de um recurso utilizado pelo autor na construção do sentido de seu texto. A relação intertextual pode dizer respeito ao conteúdo, à forma, ou mesmo à forma e ao conteúdo.
6º Passo: A importância de saber ler as entrelinhas: fica aqui a moral da história:
É importante ser capaz de fazer inferências, de reconhecer pressupostos e implícitos e de estabelecer relações intertextuais. Somente os bons leitores, que dispõem de um repertório cultural mais amplo, enfrentam sem dificuldade o desafio de ler não apenas as linhas, mas principalmente as entrelinhas dos textos. Sendo assim, LEIA MUITO e de forma DIVERSIFICADA, os diferentes gêneros textuais e discursivos. 

Produção de texto 04: Os gêneros discursivos


Os gêneros discursivos correspondem a certos padrões de composição de texto determinados pelo contexto em que são produzidos, pelo público a que eles se destinam, por sua finalidade, por seu contexto de circulação, etc. Exemplos: o conto, a história em quadrinhos, a carta, o bilhete, a receita, o anúncio, o ensaio, o editorial, gêneros literários (o poema, o romance – textos épicos, líricos e dramáticos), charges, notícia, cartas, texto de opinião, reportagem, crônica, anúncios publicitários, entre outros.

Um gênero discursivo se vê enquadrado numa série de elementos comuns. Assim, mesmo um conjunto de textos diferentes, pode fazer parte de um mesmo gênero discursivo se possuírem certas características: eles disserem respeito à mesma estrutura, tema abordado, estilo e contexto de circulação.

Os gêneros discursivos relacionam-se com a situação comunicativa, já destacada: contexto, público, finalidade, estrutura, tema, estilo e contexto de circulação. Qualquer texto, oral ou escrito, organiza-se em um gênero discursivo. Os gêneros não são estáticos, pois surgem e se modificam em função de necessidades específicas. Ex: das cartas às mensagens eletrônicas (os e-mails). 

sábado, 2 de março de 2013

FILME 03: A.I. – Inteligência Artificial (do diretor: Steven Spielberg)


O que aprendi com esse filme?
Por Neilton Lima
Professor, pedagogo e psicopedagogo.

Desculpe-me por não ter te contado sobre o mundo (na verdade, sobre as pessoas). Mas mesmo assim eu vou te falar...

Originalidade sem propósito é inútil. Mas que tipo de propósito? Grana? Será que você realmente ama outra pessoa, ou ama o que ela faz para você? O mundo é mais cheio de lamentos do que você pode entender. Aonde o raciocínio próprio pode nos levar?

Deus amava Adão e o criou para que ele também o amasse. Mas esse amor, sabemos, não foi correspondido nem recíproco à altura. “Imitar” a Deus e criar um ser artificial (criogenia) foi o sonho do homem, desde os primórdios da ciência.  Estamos diante de uma questão moral e ética, a mais antiga de todas. Não se trata apenas de criar um robô que consiga amar um ser humano, mas será que esse humano também conseguiria amar esse robô de verdade? Ora, se o homem não foi capaz de amar o seu Criador (e nem sempre o seu próximo), amaria uma criatura (artificial) sua? Tudo isso é uma história de grande risco. Se o desejo do homem é imitar o Criador Deus, e criar uma inteligência artificial com emoções, talvez então ele possa praticar a pior das façanhas de Deus: a decisão de DESTRUIR, aniquilar, as suas criaturas.

Do direito de criar não se transfere o direito de existir? Essa lógica parece ter sido desconsidera dos moldes éticos da escritura bíblica. Por que Deus criou o mundo e as criaturas, teria Ele o direito de destruir tudo? Se um homem gera um filho, tem ele o direito de matá-lo? Não temos nós, assim como não tem esse filho o direito a ter direitos, inclusive o de existir? Não vejo prosperidade e Ética na vida, cujo princípio se cai em contradição infame. Quem escreveu esse detalhe bíblico importantíssimo (acredito eu não ter sido Deus ou a sua lógica) estava muito mais preocupado em atribuir medo, temor, servidão e domínio do que resguardar o princípio da vida. “Ou me obedece ou te destruo”. O filme levanta essa questão implicitamente, porque o homem, após criar uma inteligência artificial com emoções (David), expõe as possíveis conseqüências dos seus atos: quem se responsabilizará por ele? Ora, se Deus não é o responsável pelos atos das suas criaturas (guerras, fome, destruição, etc.), mas sim o próprio homem, então outra criatura inteligente e emotiva também não seria responsável por si própria?

Por que o deus bíblico fez a humanidade? Teria ele se sentido SÓ? Não me entra na cabeça o fato de um Ser onipresente, onisciente, onipotente, perfeito, não saber que o homem adquiriria vida e vontade própria, livre arbítrio e ambigüidade. Então o filme nos questiona moralmente, eticamente, quando o assunto é a ciência criar vida, ainda que essa seja uma inteligência artificial: não estaria ela sujeita a repetir o que nós mesmos teríamos feito com Deus? É como se o filme dissesse: “Essa história já conhecemos por experiência própria, queremos mesmo repeti-la, dessa vez, fazendo o papel de Deus?”. “Nossos criadores estão sempre procurando quem os criou: aí entram numa igreja, templo ou outro nome dado ‘sei lá o que’, canta, ora, olha pra baixo, fecha os olhos e depois sai... toma um bom gole de bebida, acha um bom parceiro para acasalar e depois fica sofrendo de melancolia e solidão”.

Do cerne dessa questão, surge a barbárie, sustentada por um discurso político do terror: “o homem é uma criatura imperfeita e pode ser destruída”. “Um robô não é um organismo, é mecânico e artificial, e pode ser destruído”. Quando lhe querem roubar o seu direito de existir, haverá um discurso do mal para justificar o terror. A história comprova isso em todos aqueles que tentaram justificar a guerra ou a superioridade de uns sobre os outros.

A busca voraz por lucros, a exigência imediata de respostas, um mundo cada vez mais acelerado, associados com os avanços tecnológicos e os caprichos humanos de conseguir “trabalhadores” para os mais diversos campos da vida diária, com menos gastos e mais eficiência... Tudo isso torna muito provável a hipótese levantada pelo filme. O interesse que move a indústria da robótica é só um, mas busca dividi-lo em dois: não só abrirá um mercado novo como atenderá a uma necessidade humana. Que necessidade é essa? Aquela deixada como espaço vazio, quando outro ser humano não é capaz de preencher, como o de uma mulher que deseja ter um filho, mas não o pode conceber ou de um relacionamento frustrado, onde uma das partes não corresponde com o amor e o afeto esperado. Em ambos os casos, o vazio da solidão. Um robô para satisfazer nossas necessidades “robôs são prazeres sem culpa dos humanos solitários”, mas, até quando? Até quando elas durarem?!

ERRAR não é só um ato humano, como também é uma das características que nos torna e nos faz humanos. São justamente nossos “vacilos”, enganos, equívocos e hesitações que nos fazem comportar de forma não mecânica, titubeante e subjetiva. Caso tomássemos todas as decisões de forma reta, objetiva e automática não seríamos humanos e sim máquinas programadas para sempre acertar. Ora, ao que tudo indica, “amadurecer não é tomar decisões corretas sempre, amadurecer é saber lidar com as decisões tomadas”. E no centro dessa pane, parece estar os sentimentos, entre eles o AMOR. Nossas EMOÇÕES (alegria, ciúme, raiva, tristeza, vergonha, inveja, medo, surpresa, amor...), ao temperar nossas atitudes e comportamentos, para bem ou para mal, não só nos impede de sermos autômatos como nos torna humanos ambíguos. Humanos emitem calor...

Outro aspecto importante é o da capacidade de SONHAR, no significado de desejar ou querer intensamente algo. O homem que deixa de sonhar antecipa a morte, quer dizer, a vida perde o sentido ou fica carente de propósito. Objetivos e metas nos impulsionam a lutar e persistir, e eles ganham mais força diante da consciência da MORTE. Cientes da nossa finitude, queremos realizar nossos sonhos e passar um pouco de nós para o futuro, quer através dos filhos, uma obra intelectual ou algum feito histórico marcante que seja um memorial.

Parece que a conclusão é: só uma máquina inteligentemente programada para amar, amaria tão perfeitamente. O amor em si (idealizado por nosso sonho ou nossa fantasia) pode ser perfeito (o amor platônico, talvez), mas o amor humano, sensível, carnal... É imperfeito. Está sujeito a controvérsias e decepções. O amor sensível é tão imperfeito, que ele não basta nem garante a si mesmo. Estar sujeito a trair-se. Então não se trata de desacreditar nesse amor entre os humanos, mas desiludir-se. Quem arrisca a amar assim, deve estar preparado para saber lidar com as desilusões, as tensões, as conseqüências e a finitude.  

O aumento do nível do mar, uma das conseqüências previstas para o Aquecimento Global, engoliu muitas cidades litorâneas. Muita gente morreu nos países pobres e a prosperidade dos ricos se manteve com o controle da natalidade. Num cenário de poucos recursos e mais restrições de filhos, os robôs ganharam mais importância (brinquedo sensorial: com circuitos comportamentais inteligentes, usando uma tecnologia de seqüenciamento neuronal, Um ser artificial: membros articulados, fala articulada, reações humanas, reação à dor). A forma que encontramos para vencer o tempo e permanecer existindo, a resposta está nos filhos. Um robô (criança-robô) que consiga AMAR (um amor sem fim)? Que substitua os filhos. Um Meca racional com uma resposta neuronal. “Sugiro que o amor seja a chave com a qual ele irá adquirir uma subconsciência jamais alcançada”. Um mundo interior de metáfora, intuição, raciocínio próprio de sonho. Um robô que sonhe? David encontrou um conto de fadas, “Pinóquio” e, inspirado pelo amor, e repleto de vontade, saiu numa jornada para torná-lo real e, o mais impressionante, ninguém o ensinou. Aonde o raciocínio próprio de David o levaria? À conclusão lógica. A fada representa a falha humana de procurar o que não existe, ou o maior dom humano: A habilidade de buscar os nossos sonhos. À conclusão lógica: vamos descobrir que: O dia mais feliz é o Hoje. O que não deveria existir na nossa mente: Problemas.

Nessa busca insistente e incansável, muitas descobertas das mais variadas sensações: erros, amor, emoções, morte, rejeição e abandono, o medo de ficar sozinho, o desejo de ser amado, a manipulação, o ciúmes, a competição, a má fé, a mentira, provocações, concorrência, disputa, Felicidade, ressentimento, remorso, culpa, dor, as “marcas da paixão”, crueldade, violência, maldades... E uma das palavras mais fortes da bagagem humana: o ABANDONO (no filme, e por que não na vida real? USAR e DESCARTAR). Frustração e suicídio. Desilusão. Encarar a realidade. ESPERANÇA, súplica, choro, morte, “espírito”... Sonhar e desejar por conta própria, ter raiva e fúria. “Talvez um único dia dure para sempre”.

O ser humano nada mais é do que o próprio sonho que ele busca. O sonho e ele são um só. O objeto de desejo do sonho é o motor que impulsiona sua vida. No mundo sensível, esse objeto é uma coisa concreta, real. No mundo supra-sensível, é “Deus”. A pior frustração é perceber que tal sonho é uma simples ilusão. A maior realização é conseguir ser feliz com esse sonho. Eis o mistério, o propósito e o risco de viver e sonhar.

Hoje em dia, nada custa mais que a informação. Mas existe uma que não tem preço: o Sobrenatural é a teia oculta que une o Universo. É mágico. Não pode ser visto ou medido. E é justamente essa extravagância que separaria um robô dum ser humano: um robô acreditaria em “Deus”? No filme, David tem um propósito: se transformar num menino de verdade para ser aceito e amado por sua mãe (Mônica). Inspirado no conto de fadas “Pinóquio”, o boneco de madeira que queria ser um menino real, ele se lança em busca da fada-azul. O azul é a cor da melancolia. Parece que não é difícil acreditar em alguma coisa quando se tem um propósito. O de David já sabemos, e qual é o nosso? Diante da certeza da morte, temos a curiosidade de saber se existe algo além dela e o quê? Isso justifica a crença de uma grande parte das pessoas do mundo, e a curiosidade do restante, inclusive EU.

“Os humanos criaram milhões de explicações pro sentido da vida na arte, na poesia, em fórmulas matemáticas. Certamente os humanos são a chave para o sentido da existência. Pode ser possível um projeto de recriação do corpo vivo de uma pessoa, por meio de um fragmento de DNA. Mas se pergunta: Será possível restaurar a memória juntamente com o corpo ressuscitado? A própria estrutura de tempo e espaço armazenam informações sobre cada evento ocorrido no passado. Fracasso: As equações mostram que uma vez que a trilha tempo-espaço de um indivíduo tenha sido usada ela não pode ser reutilizada.

A desvantagem de um Meca, um “ser humano” mecânico, é que ele não terá malícias de autodefesa, manipulação de pessoas e situações para satisfazer seus caprichos e interesses, capacidade de montar situações a seu favor e outras situações contra seus adversários, mentir para tirar vantagens ou proveito próprio. Enfim, ser dissimulado e hipócrita. Ora, isso o ser humano sabe fazer muito bem. E não creio que isso seja vantagem para a nossa espécie ou vantagem sobre um robô. Mas, drasticamente, é uma característica muito nossa.

“Um AMOR só seu”. A característica do amor é a sua imprevisibilidade, seu (des)encadeamento lógico. E, como se não bastasse, ele pulsa num ser que é limitado, ambíguo, complexo, cheio de vontade e desejo, condicionado por vários instintos. David foi programado para amar sem fim e sem limites, mas não foi programado para deixar de amar, se ofender com esse amor, negá-lo, abandoná-lo. Eis o grande dilema do filme, um Meca (mecânico) programado para amar se “relacionando” com um Orga (orgânico), uma pessoa de amor ambivalente.

Não importa quanta ou qual inteligência seja (artificial, extraterrestre...). Não importa se o sonho do ser humano seja algo possível, provável ou não. O que existe em nós que é fabuloso e fantástico é essa coisa chamada de “espírito” e essa tal habilidade de buscar sonhos. Então fica uma pergunta avassaladora: o que será da nossa espécie daqui 2 mil anos?
Aquele Abraço! 

sexta-feira, 1 de março de 2013

Produção de texto 03: PROCEDIMENTOS DE LEITURA I: como ler um texto.


1º Passo: Identificar o tema do texto.
De que trata o texto lido? Qual é o seu foco principal, ou seja, o tema em torno do qual as informações se organizam? (Sugestão: analise o título do texto. Os títulos quase sempre antecipam, para o leitor, a questão tematizada no texto.)
2º Passo: Elaborar uma síntese do texto.
Selecione e organize as informações, os argumentos e as conclusões mais importantes do texto. Estabeleça critérios de relevância: o que é mais importante? O que é menos importante? O que é informação principal? O que é informação secundária?
3º Passo: Organizar as próprias idéias com relação aos elementos relevantes.
Para organizar as informações presentes no texto, posicione-se sobre o que foi tematizado. Esse posicionamento decorre:
a)      da avaliação do que foi dito, com base nos critérios adotados ao elaborar a síntese;
b)      dos seus conhecimentos prévios sobre o tema. (Sugestão: confronte os seus conhecimentos sobre o tema com as informações apresentadas no texto. Concorda com elas? Discorda delas? Por quê?).
4º Passo: Estabelecer relações entre os elementos relevantes e entre eles e outras informações de que o leitor disponha.
A tomada de posição sobre os elementos relevantes selecionados permite que você perceba como esses elementos se relacionam e como podem ser relacionados às informações que você já possui sobre o tema. (Sugestão: procure responder às seguintes perguntas sobre esses elementos: São complementares? Por quê? Opõem-se? Por quê? Subordinam-se? De que maneira?)
5º Passo: Interpretar os dados e fatos apresentados.
Com base nas relações identificadas, você começa a construir um sentido seu para o texto. (Sugestão: procure responder à seguinte pergunta: que sentido faz o que eu acabei de ler? Ou seja: consideradas todas as informações, e identificados os argumentos e as conclusões, qual é o sentido fundamental do texto?).
6º Passo: Elaborar hipóteses explicativas para fundamentar a análise do texto.
Após determinar quais são as informações relevantes, estabelecer relações entre elas e interpretá-las, você pode procurar uma explicação para o conjunto de dados obtidos por meio da leitura. Ao construir hipóteses explicativas sobre o cenário delineado pelo texto, você vai além do que foi dito pelo autor e constrói um novo conhecimento acerca da questão tematizada. (Sugestão: alguns textos já trazem hipóteses explicativas para os dados apresentados. Veja se você concorda com elas.)

Produção de texto 02: A interlocução e o contexto.


Todo texto, oral ou escrito, dirige-se a um interlocutor (cada um dos participantes de um diálogo, como leitores/ouvintes, em quem o autor pensa no momento de elaborá-lo) com características específicas. Portanto, é preciso que o autor pense nessas características no momento de elaborá-lo. Ou seja, no momento de conceber o texto, o conhecimento do perfil dos interlocutores motiva não só muito daquilo que é dito pelo autor, mas também a maneira como expressa suas idéias e constrói suas imagens. Existem dois tipos básicos de perfil de interlocutores: o universal e o específico. Perfil: características específicas de alguém.
O interlocutor universal: perfil genérico de interlocutor: não é possível identificar um perfil de leitor específico que justifique determinadas escolhas feitas no texto. Normalmente, textos jornalísticos de caráter mais geral dirigem-se a interlocutores universais: pessoas de idade variada; diferentes graus de escolaridade; assuntos de cultura geral. Ex: os textos de divulgação científica publicados em seções específicas de jornais e revistas. Pois o objetivo dos autores de tais textos é tornar compreensível, para o maior número de leitores possível, algumas descobertas e desenvolvimentos recentes da ciência.

O interlocutor específico: perfil mais particular, com um conjunto de conhecimentos compartilhados no que diz respeito aos temas abordados, aos conceitos discutidos e ao vocabulário utilizado. São textos concebidos de modo que explorem as características mais marcantes do público a que se dirigem. O trabalho com um perfil de interlocutor específico afeta a organização geral do texto (tema abordado, conceitos apresentados, vocabulário utilizado) Ex: textos específicos publicados em revistas acadêmicas. Textos publicitários (a finalidade é produzir um efeito específico em seus leitores – convencê-los a comprar um produto ou uma idéia). Os exemplos apresentados mostram a importância de, no momento de elaboração de um texto, fazer a melhor representação possível dos interlocutores a quem ele será dirigido. Com base nessa representação, o autor decidirá que tipo de informação deverá apresentar e quais recursos lingüísticos utilizará para alcançar os objetivos do texto.

Enfim, todo texto faz referência a interlocutores com perfil definido. Todo texto também faz referência a circunstâncias de natureza cultural, social, política, que precisam ser reconhecidas pelos leitores/ouvintes para que o sentido do texto possa ser construído. Estamos falando do contexto: o conjunto das circunstâncias (sociais, políticas, históricas, culturais, etc.) a que um texto se refere. A identificação do contexto de um texto depende inteiramente do conhecimento de mundo dos leitores. Assim, os textos, escritos ou orais, não têm existência autônoma, porque sua significação depende do reconhecimento de um contexto e da relação que os leitores/ouvintes estabelecem com ele.

O contexto de um texto é constituído por fatores extralingüísticos. Sempre que produzimos um texto, precisamos decidir quais informações contextuais devem ser fornecidas para que o sentido dele possa ser construído por seus interlocutores.

Todas as vezes que for escrever um texto, pense primeiro nos leitores a quem você irá se dirigir. Procure estabelecer uma imagem que defina, para você, o perfil desses leitores e, em função dessa imagem, decida quais são os argumentos, as informações, os dados e os fatos capazes de atender melhor à finalidade do texto. Há essa relação entre contexto e interlocutores: não é possível escrever bons textos sem controlar muito bem esses dois aspectos, presentes em qualquer situação de interlocução. 

Produção de texto 01: Discurso e texto.

Quando analisamos valores apresentados em um texto, devemos considerar o momento em que ele foi escrito, para não tomarmos como particular uma visão que é mais geral. Textos veiculam visões de mundo (e, portanto, valores) vigentes em determinada época e sociedade. É preciso identificar as marcas da formação ideológica em qualquer texto. Para isso, basta saber que tipo de informação procurar no momento de ler e analisar um texto. Se a ideologia é definida como um sistema de idéias, precisamos identificar, no texto, as idéias básicas que, nele presentes, podem ser associadas aos valores, aos princípios, às crenças de um determinado grupo social. Assim, é por meio da linguagem (e o texto é linguagem) que explicitamos nossa visão de mundo. No uso que fazemos da linguagem encontramos as pistas da formação ideológica. A linguagem é a materialização da nossa ideologia. A cada formação ideológica corresponde uma formação discursiva específica, cujas marcas podem ser identificadas nos textos.